Chega a Páscoa
Faço uma receita caprichada com o último pedaço de peixe seco que sobrou na minha despensa saqueada pelo inverno.
Dou um monte de comidas coloridas para minha galinha e, na manhã de domingo, ela me bota um lindo ovo de presente.
Fico grávida de uma ninhada de ideias-coelhas, inquietas, quentinhas, fecundas.
Vou dançar numa floresta antiga, no meio da clareira banhada de luar.
Me recordo de quem se foi e dou graças porque, quando me recordo deles, eles também se lembram de mim.
E nos encontramos para conversar, nesse lugar entre mundos.
Dou graças por quem fica ao meu lado, para festejar comigo ainda mais esta vez.
Abro espaço para quem chega. Afinal vai saber se não é o próprio Messias!
Saio do Egito um pouco chateada porque, afinal, adoro a corte fashion do faraó Ramsés e todos aqueles artistas com seus murais maravilhosos, mas...
sempre haverá muros para pintar na Terra Prometida. E quem sabe eu não me torno um desses artistas, mesmo porque lá não tem tanta concorrência.
A todos, uma Páscoa iluminada pelos símbolos da união dos opostos, tempo de vida-morte-renascimento, na melhor tradição judaico-cristã-pagã.
Eli
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