sexta-feira, 11 de março de 2011

Uma fábula japonesa

O povo japonês está passando hoje por mais uma daquelas trágicas situações decorrentes da reação da Natureza, mas com certeza provocadas pelos homens. Busquei uma fábula japonesa para que eu pudesse parar um pouco e pensar naquele povo tão forte e aguerrido. Aqui vai uma linda fábula, que já ouvi de forma maravilhosa aqui no Brasil.

Urashima-tarô - Fábula Japonesa


Urahima-tarô, um humilde pescador, percebendo que uma tartaruga estava sofrendo maus tratos de um grupo de meninos, foi em seu socorro. Pediu a eles que a deixassem em paz. No entanto, disseram que, como tinham achado a tartaruga, ela lhes pertencia e podiam fazer o que bem entendesse com a criatura. O pobre e bondoso pescador, então, ofereceu a eles os poucos trocados, que havia conseguido com a venda dos peixes, em troca da pobre criatura. Os garotos pegaram o dinheiro e deixaram a tarataruga ferida. O pescador tratou de seus ferimentos e a soltou no mar.

Tempos depois, Urashima-tarô pescava em alto mar, uma tartaruga surgiu e lhe perguntou se a reconhecia. Disse ser a tartaruga que havia sido salva por ele dos meninos maus. Por ser muito grata e dever a vida a ele, o convidou a conhecer o mundo encantado do fundo do mar. A tartaruga o levou no seu casco.

O senhor dos mares recebeu o bondoso pescador e, por ter salvado a tartaruga, convidou-o a se hospedar no seu castelo, pelo tempo que ele desejasse. Urashima-tarô se encantou com aquele mundo e decidiu permanecer por lá.

Mas, depois de algum tempo, o pobre pescador passou a sentir falta da família e da sua terra. Decidiu, então, voltar para casa. Os seus amigos e o senhor dos mares tentaram convencê-lo a não partir, mas a saudade provocou nele um desejo maior e ele resolveu voltar para o seu lugar.

O senhor dos mares, convencido de que Urashima-tarô estava decidido a deixar o mundo encantado do fundo do mar, o presenteou com uma caixinha mágica, e pediu a ele que nunca a abrisse. Seus amigos lhe prestaram uma homenagem na despedida; e lhe disseram que fosse feliz em convívio com seus semelhantes, os homens. A tartaruga o levou de volta para a superfície.

Já no seu lugarejo, Urashima-tarô encontrou uma aldeia diferente. Não encontrou sua casa e nem sua família. O curto período que tinha vivido no reino do fundo do mar, onde o tempo corria lentamente, havia significado anos na sua terra. E por estar vestindo uma roupa antiga, em todos os lugares que passava, as pessoas o olhavam com curiosidade. Passou a vaguear pelas ruas solitariamente.

Desolado e triste, o pobre pescador resolveu abrir o presente, descumprindo o pedido do senhor dos mares. Uma fumaça branca saiu de dentro da caixinha mágica aberta e o envolveu. Quando a fumaça se dissipou, deixou à mostra um Hurashima-tarô velho, com a barba e cabelos brancos. Assim que deu por si, ele percebeu o quanto era valioso o presente, pois a caixinha guardava a "eterna juventude".

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