segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

A palavra mágica


Então fica assim: como a palavra francesa Reveillon vem do verbo réveiller, que significa Despertar, espero que em 2013 possamos despertar para novos tempos. Com luz, esperança, leveza e generosidade. E já que estamos falando em palavra, deixo manifesto o meu respeito ao poder da palavra, essa que é minha ferramenta de trabalho, meu bálsamo, minha luz e meu norte. Por isso, prestarei atenção a ela e a cultivarei da melhor maneira possível, com a melhor das intenções. Essa é a minha promessa de Ano Novo. Por isso também, coloco aqui esse poema de Drummond. Que as palavras sejam mágicas para todos nós em 2013. 

A palavra mágica
Certa palavra dorme na sombra 
de um livro raro.
Como desencantá-la?
É a senha da vida
a senha do mundo.
Vou procurá-la.
Vou procurá-la a vida inteira
no mundo todo.
Se tarda o encontro, se não a encontro,
não desanimo,
procuro sempre.
Procuro sempre, e minha procura ficará sendo
minha palavra.

Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Para o tempo que passa, e nós que o vemos passar


Esta história, escrita por Mem Fox, é simplesmente maravilhosa e acredito que se encaixe bem esta semana, já que está no ar a reflexão de todos nós sobre a passagem do ano e a maneira como o tempo passa rápido e escorrega de nossas vidas. É também para refletirmos sobre o doar-se, o amar-se através de coisas simples.

GUILHERME AUGUSTO ARAÚJO FERNANDES
Era uma vez um menino chamado Guilherme Augusto Araújo Fernandes e ele nem era tão velho assim.
Sua casa era ao lado de um asilo de velhos e ele conhecia todo mundo que vivia lá.
Ele gostava da Sra. Silvano, que tocava piano.
Ele ouvia as histórias arrepiantes, que lhe contava o Sr. Cervantes.
Ele brincava com o Sr. Valdemar, que adorava remar.
Ajudava a Sra. Mandala, que andava com uma bengala.
E admirava o Sr. Possante, que tinha voz de gigante.
Mas a pessoa que ele mais gostava era a Sra. Antônia Maria Diniz Cordeiro, porque ela também tinha quatro nomes, como ele.
Ele a chamava de Dona Antônia e contava-lhe todos os seus segredos.
Um dia, Guilherme Augusto escutou sua mãe e seu pai conversando sobre Dona Antônia.
- Coitada da velhinha - disse sua mãe.
- Por que ela é coitada? - perguntou Guilherme Augusto.
- Porque ela perdeu a memória - respondeu seu pai.
- Também, não é para menos – disse a mãe. - ela já tem noventa e seis anos.
- O que é memória? - perguntou Guilherme Augusto.
Ele vivia fazendo perguntas.
- É algo de que você se lembre - respondeu o pai.
Mas Guilherme Augusto queria saber mais; então, ele procurou a Sra. Silvano que tocava piano.
- O que é memória? - perguntou.
- Algo quente, meu filho, algo quente.
Ele procurou o Sr. Cervantes, que lhe contava histórias arrepiantes.
- O que é memória? - perguntou.
- Algo bem antigo, meu caro, algo bem antigo.
Ele procurou o Sr. Valdemar, que adorava remar.
- O que é memória? - perguntou.
- Algo que o faz chorar, meu menino, algo que o faz chorar.
Ele procurou a Sra. Mandala, que andava com uma bengala.
- O que é memória? - perguntou.
- Algo que o faz rir, meu querido, algo que o faz rir.
Ele procurou o Sr. Possante, que tinha voz de gigante.
- O que é memória? - perguntou.
- Algo que vale ouro, meu jovem, algo que vale ouro.
Então Guilherme Augusto voltou para casa, para procurar memórias para Dona Antônia, já que ela havia perdido as suas.
Ele procurou uma antiga caixa de sapatos cheia de conchas, guardadas há muito tempo, e colocou-as com cuidado numa cesta.
Ele achou a marionete, que sempre fizera todo mundo rir, e colocou-a na cesta também.
Ele lembrou-se, com tristeza, da medalha que seu avô lhe tinha dado e colocou-a delicadamente ao lado das conchas.
Depois achou sua bola de futebol, que para ele valia ouro; por fim, entrou no galinheiro e pegou um ovo fresquinho, ainda quente, debaixo da galinha.
Aí, Guilherme Augusto foi visitar Dona Antônia e deu a ela, uma por uma, cada coisa de sua cesta.
"Que criança adorável que me traz essas coisas maravilhosas", pensou Dona Antônia.
E então ela começou a se lembrar.
Ela segurou o ovo ainda quente e contou a Guilherme Augusto sobre um ovinho azul, todo pintado, que havia encontrado uma vez, dentro de um ninho, no jardim da casa de sua tia.
Ela encostou uma das conchas em seu ouvido e lembrou da vez que tinha ido à praia de bonde, há muito tempo, e como sentira calor com suas botas de amarrar.
Ela pegou a medalha e lembrou, com tristeza, de seu irmão mais velho, que havia ido para guerra e que nunca voltou.
Ela sorriu para a marionete e lembrou da vez em que mostrara uma para sua irmãzinha, que rira às gargalhadas, com a boca cheia de mingau.
Ela jogou a bola de futebol para Guilherme Augusto e lembrou do dia em que se conheceram e de todos os segredos que haviam compartilhado.
E os dois sorriram e sorriram, pois toda a memória perdida de Dona Antônia tinha sido encontrada, por um menino que nem era tão velho assim.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Feliz Natal!

Pensei em postar aqui um belo conto de Natal. Mas tenho estado a semana toda com esse poema na cabeça. Assim, é com ele que desejo a todos os meus amigos os meus votos do mais encantado Natal e o mais promissor ano novo !


Para ser grande, sê inteiro:
Nada teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
 Põe quanto és no mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda brilha,
Porque alta vive.

Fernando Pessoa

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Sarau de encerramento - muita história para contar

Ter a sensação de trabalho bem feito já é uma coisa fantástica. Mais fantástico ainda é saber-se reconhecida por seus alunos. Foi isso que senti no sarau de encerramento do curso O Professor que conta histórias, que dei no Senac. Uma das alunas, Tábata Vieira, produziu esse vídeo e me deixou profundamente emocionada. Com bom humor, sensibilidade, talento e carinho, ela contou a bela história tecida por todos nós durante o curso. E conseguiu fazer com que ele se tornasse inesquecível para todos nós. Por isso, agradeço profundamente à Tábata e a todos os alunos que estiveram comigo durante esses dias maravilhosos. Obrigada, pessoal. Nossa história se cruzou e uma marca linda ficou. E foi assim que essa história chegou ao fim (que, ao meu ver, pode estar também apenas começando). Beijo a todos.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Porque os contadores de histórias têm boa memória

Adoro dar cursos de contação de histórias. Sempre conheço pessoas maravilhosas, descubro novas amizades, aprendo novas histórias e faço uma troca maravilhosa de saberes e viveres. No curso que terminou na semana passada no Senac não foi diferente. Histórias lindas contadas por pessoas lindas. Muita diversão e muita emoção também. Um círculo de amizade se estabeleceu que, com certeza, dará muitos frutos. Sinto-me muito grata por ter tido a oportunidade de conhecer Luiz, Cintia Cesar, Cintia Rocha, Tuani, Débora, Stella, Luciana, Zeza Lima, Camila, Graciela, Gisele, Cidinha, Nana Augusta e Tábata. E, como faço, sempre, lhes entreguei uma história. Uma que fala dos primórdios da arte de contar histórias - um conto da tradição oral africana, que nos traz a singeleza e também a força do universo simbólico da África Ocidental. Puro encantamento, que reproduzo abaixo.   É conhecida pelo título acima e também pelo nome de O Marabu escrivão.

       Conta-se que na África Ocidental não havia histórias. E, por isso, não havia também sabedoria. O mundo era muito triste. Assim, o primeiro contador de histórias foi também um buscador de histórias, que saiu pelo mundo afora acompanhado de um pássaro-escrivão: o marabu.  Esse é o único pássaro que sabe qual das penas do seu traseiro deve ser arrancada para que, com ela, se possa escrever – o que faz dele um pássaro especial.  Andaram pelo mato afora, pelas savanas e ao longo dos rios para escutar os ventos, as pedras, as águas, as árvores e os animais. E encontraram muitas pessoas até então desconhecidas, que iam lhe contando as suas histórias.

     Munido da pena arrancada de seu traseiro e utilizando uma tinta feita de água, pó de carvão e goma arábica, o marabu-escrivão anotava cuidadosamente todas as histórias que escutava. E o buscador e contador de histórias caminhava e pensava “não vou conseguir me lembrar de todas essas histórias”. Mas o marabu continuava a ouvir e a escrever.
     Quando, depois de muito tempo, voltaram para casa, o buscador de histórias obteve a solução para aquilo que o preocupava. Seguindo o conselho do marabu, encheu de água uma grande cabaça e nela mergulhou todas as histórias escritas.  Durante toda a noite, naquela cabaça – que na África  chama-se canari – as palavras escritas com tinta se dissolveram na água. No dia seguinte, o marabu mandou que o contador de histórias bebesse todo o conteúdo daquela canari.
     Assim, todas as histórias bebidas tornaram-se histórias sabidas.
     E se você, por acaso, precisar beber uma história, escute o meu conselho: beba tudo. Não deixe nada no fundo do copo, porque isso poderia provocar um branco na sua memória. 

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

2012 foi o ano do Dragão. Eita ano agitado este ! Para mim, foi um ano em que precisei tomar decisões importantes em minha vida, ano de perdas dolorosas, mas também de muitas descobertas. Ano de muito choro e muito riso. E um privilégio: ver meus livros sendo editados um a um. Então, para encerrar o Ano do Dragão, nada melhor do que receber quentinho do forno "O Dragão e a parede que brilhava", meu mais novo livro, pelo qual estou realmente encantada. O lançamento é no próximo dia 14, vejam o convite aqui. Espero todos lá!

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

O comprador de sonhos

Hoje, eu minha amiga Drika Nunes, linda contadora de histórias, estávamos conversando sobre contos de generosidade. E eu me lembrei do Comprador de Sonhos, que li em uma versão um pouco diferente no livro de Gislayne Mattos. É um conto popular mexicano, lindo e emocionante. Dri, para você.

O Comprador de sonhos


Era uma vez um jovem agricultor chamado Agapito. Havia deixado sua aldeia há três anos, para tentar a sua vida em uma fazenda longe de sua casa. Durante três anos trabalhou arduamente, sem descanso. E, ao final desse período, sentiu vontade de voltar para casa. Afinal, o Natal se aproximava e ele pensava em receber um bom dinheiro pelos serviços prestados e comprar alguns presentes para sua família. E também para a filha da vizinha, Panchita, que deveria estar linda. 
Estranhou ao receber o salário. Não compreendia muito bem as contas que o capataz fazia... “_Por três anos de trabalho receberá... aluguel e comida a descontar... perda de uma machadinha a descontar... por sua negligência, dez árvores produziram menos...a descontar... Banhou-se no rio da fazenda ... a descontar. Respirou o ar da fazenda ... a descontar. Bem, eis, então, seu ganho: três moedas de cobre”. O rapaz ainda tentou argumentar, mas não conseguiu nem resposta do capataz. Então afastou-se lentamente... em sua mão apenas três moedinhas de cobre. Era tudo!

Resolveu que não gastaria ainda, viajaria a pé o dia todo e comeria depois. À noitinha chegou à pequena cidade. Ao passar por uma vitrine de uma loja de doces, ficou deslumbrado. Havia flores de açúcar, de todas as cores, muito lindas. Uma moeda de cobre era o que custava cada uma. Comprou uma vermelha para presentear Panchita. Agora, com apenas duas moedas comeria pouco, e pronto!

A cidade foi adormecendo. Agapito estava cansado e sentia muita fome, mas preferiu deixar para comer no dia seguinte antes de seguir o caminho de casa. Foi até a uma fonte pública e bebeu muita água para distrair o estômago. Foi quando percebeu um homem quase sem forças com uma tigela na mão tentando pegar água. Parecia muito doente. Então, Agapito ajudou o velho homem a beber a água.O homem estava tão fraco que era incapaz de segurar a própria tigela e Agapito sabia bem do que é que ele sofria, era fome. Agapito então correu até um vendedor de tortilhas e pediu uma porção bem farta, pagou com uma de suas duas moedas e ofereceu as tortilhas ao homem, que comeu todas, lentamente apreciando cada mordida. Em agradecimento, o velho ofereceu um presente para o rapaz, em um pequeno saco.  – É para você...A felicidade, talvez, disse ele. Eram sementes redondas e amarelas, da cor do ouro. Agapito aceitou e, cansado, caiu no sono ali mesmo na praça. No dia seguinte, não viu mais o velho e resolveu tomar seu caminho rumo à sua aldeia, tendo em sua bagagem uma moeda de cobre, as sementes que o velho lhe dera e a flor para Panchita.

 No final do dia, chegou faminto à outra pequena cidade e, com apenas uma moeda, resolveu procurar uma estalagem para comer e dormir. Enquanto esperava para ser atendido, ouviu um homem à mesa que dizia para a dona da estalagem:
- Chica,  traga-me rápido a comida e eu lhe contarei um belo sonho. A mulher sentou-se em sua mesa e o homem contou o sonho, que Agapito também ouviu. – Sonhei que uma deusa de cabelos longos e negros como a noite era minha esposa. Nós morávamos bem no meio de uma floresta com árvores estranhas que tinham galhos curtos e dourados. A população de minha aldeia entrava nesta floresta com cestos vazios e saiam felizes com cestos repletos desses galhos. E aquele que colhesse um galho de ouro na floresta estaria livre da fome. Neste lugar todos eram felizes e vinham à nossa floresta e colhiam braçadas de galhos de ouro e partilhavam uns com os outros toda essa riqueza e felicidade. E eu olhava toda aquela gente e me sentia ainda mais feliz... Minha deusa dançava na floresta, linda, com uma rosa em seu vestido.  Não é belo o meu sonho?”

Agapito ficou impressionado e pensou: “este homem parece ter sorte e tem tudo o que quer, não precisa de um sonho para ser feliz. Se eu gastar minha última moeda com comida, amanhã ainda terei fome. Mas, se eu comprar esse sonho, serei feliz amanhã, e depois, e depois... E levarei esse sonho para minha aldeia”. Então, aproximou-se do homem e disse: - Quero comprar o seu sonho. 
O homem ficou assustado e começou a rir. – O quê? Você quer comprar o meu sonho? Mas para que ele poderá lhe servir? - Eu quero levá-lo  de presente de Natal para minha família. Ele me servirá para fazer meu povo feliz. Aqui está o dinheiro. E Agapito colocou sua última moeda sobre a mesa. O homem não podia acreditar. – Rapaz, sonho não se vende, sonho não se compra, guarde sua moeda.  Mas Agapito insistiu tanto que o homem respondeu: - Uma moeda? É pouco, mas ainda é muito para pagar um sonho. Guarde seu dinheiro eu lhe dou o sonho. E Agapito reagiu: - Não estou mendigando, Quero comprar o seu sonho.  Vendo que o rapaz falava com seriedade e convicção, vendeu-lhe o sonho por uma moeda de cobre.

Agapito saiu da estalagem feliz por ter comprado um bonito sonho e já pegava o caminho quando Chica veio correndo ao seu encontro. 
- Você vai para Sierra? Eu queria que passasse por Achulco, a aldeia onde mora minha mãe. Conte a ela seu sonho. Minha mãe é sozinha e triste. Ela ficará feliz com seu bonito sonho. E  diga que lhe mando lembranças.
Ela então entregou-lhe uma sacola com tortilhas, pão, tomates e pimenta para a sua viagem.Ele não pode negar o pedido e logo, à tarde chegou ao vilarejo e procurou pela mulher. Curiosos lhe seguiram até a porta da mãe de Chica, queriam saber das novidades. Logo a sala da casa estava cheia, e a mãe pediu silêncio. - Este rapaz tem um sonho magnífico para contar e minha filha o mandou aqui para que me contasse.  Então, ele contou seu sonho e encantou a todos do vilarejo. 
Pela manhã, estava de partida quando um homem veio procurá-lo.
- Minha mulher e filhos moram num vilarejo que fica a um dia de caminhada daqui. Se você for passar por lá, poderia contar-lhes seu sonho? No vilarejo seguinte, outro pedido, desta vez de um homem que pediu para que ele fosse à outra aldeia contar o sonho a seu pai.

E assim, muitos começaram a aguardar que Agapito, já conhecido como o comprador de sonhos, chegasse e contasse o seu sonho. A notícia corria de boca em boca... e por várias vezes ele se desviou de sua rota par contar seu sonho por encomenda de alguém. 

Até que um dia, três anos depois,  perto do Natal, finalmente chegou em seu vilarejo. Logo na entrada, viu um bela jovem de cabelos longos e negros com a noite, era Panchita. Seu coração palpitou forte e então ele lhe entregou a delicada rosa de açúcar vermelha, que ainda carregava em sua sacola, junto com as sementes entregues pelo velho faminto.

Todos estavam felizes com sua volta. E à noite, em torno da fogueira, ele contou seu sonho. Panchita, sentada ao seu lado, com a rosa vermelha se destacando em seu vestido branco, perguntou o que poderia ser aquela floresta. Agapito então, sem saber por quê, lembrou-se de suas sementes. E pegou-as do bolso.
 – Não sei disse ele, mas gostaria de plantar essas sementes que ganhei a caminho de casa.  Vamos plantá-las... junto com meu sonho.

O tempo passou e, alguns anos depois, numa bela manhã de outono, Agapito abriu sua janela para os campos e sorriu com o que viu. Lá havia uma bela floresta: o milho amadurecera e, de tão bonito, de tão maduro, parecia de ouro. Seu povo colhia o milho, feliz da vida.  E no meio daquela floresta dourada, Panchita dançava com os cabelos soltos ao vento, cabelos longos e negros como a noite... e, de tão bela, parecia uma deusa!

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

VIII Festival A Arte de Contar Histórias


8º Festival 'A Arte de Contar Histórias'

Contadores de histórias se apresentam em diversas bibliotecas públicas e pontos de leitura entre os dias 15 e 21 de outubro, com entrada franca
Em comemoração ao mês da criança, a Secretaria Municipal de Cultura, por meio do Sistema Municipal de Bibliotecas apresenta, a partir do dia 15 deste mês de outubro, o já tradicional Festival A Arte de Contar Histórias,     que chega a sua oitava edição. O evento acontece gratuitamente até o dia 21 de outubro em mais de 40 bibliotecas públicas e 8 pontos de leitura.

No dia 15, o evento apresenta duas exposições. "Era uma vez Grimm: Para celebrar 200 anos de magia" tem curadoria da escritora Kátia Canton e celebra, na Biblioteca Pública Temática em Contos de Fadas Hans Christian Andersen, os 200 anos de lançamento da primeira edição do livro "Histórias das crianças e da família (Kinder und Hausmarchen)", dos Irmãos Grimm, editado em 2012.

Na Biblioteca Pública Belmonte, a mostra "Manos que cuentam: livros para ler e tocar" exibe livros de pano bordados, confeccionados por artesãs peruanas, que acrescentam nas páginas histórias da tradição oral do Peru. No dia da abertura da mostra, às 14h, Cadu Cinelli e Rosana Reátegui, do grupo Tapetes Contadores de Histórias, oferecerão uma palestra.

Algumas apresentações dos contadores de histórias terão intérpretes de libras. Na programação, o Festival também oferece oficinas de voz, oficinas de técnicas para narrar histórias, além de uma palestras que discutem o tema.

Com o objetivo principal a promoção da tradição oral e da leitura, os encontros também oferecem aos participantes a possibilidade de conhecer diversas formas de narração de histórias, uma vez que o repertório é diversificado. 

Veja a Programação Completa:


Biblioteca Temática em Contos de Fadas Hans Christian Andersen
Biblioteca Pública Hans Christian Andersen. Av. Celso Garcia, 4.142, Tatuapé, Zona Leste | tel. 2295-3447.

ERA UMA VEZ GRIMM: PARA CELEBRAR 200 ANOS DE MAGIA
Curadoria: Kátia Canton.
Exposição que comemora os 200 anos do lançamento da primeira edição do livro “Histórias das Crianças e da Família” (Kinder und Hausmarchen), resultado de pesquisa dos irmãos Wilhem e Jacob Grimm na busca de suas raízes culturais. Por meio de esculturas, objetos, desenhos, pinturas e fotografias, a mostra enfoca seis das mais populares histórias criadas por eles: “Cinderela”, “Branca de Neve”, “Chapeuzinho Vermelho”, “João e Maria”, “Rapunzel” e “O Príncipe Sapo”.
| Abertura: dia 15, 10h. De 16 a 31. 2ª a 6ª, das 10h às 19h. Sáb., das 9h às 16h

VOVÓ NITA CONTA GRIMM

Com Ana Luisa Lacombe.
Atividade de contação de histórias para crianças.
| Dia 15, 10h30

CANÇÕES DO FAZ DE CONTA

Dir. cênica: Paulo Rogério Lopes. Com Ana Luisa Lacombe (violão e vocal), Betinho Sodré (percussão) e e Milton Castelloi Veiga (violão e viola). 
Show de lançamento do CD homônimo.
| Dia 15, 14h

BELAZARTE ME CONTOU
Grupo Prosa de Janela.
Atividade de contação de histórias para público juvenil e adulto.
| Dia 16, 10h

CONTOS AFRICANOS OU A CASA DAS BELEZAS
Com Lílian Marchetti.
Atividade de contação de histórias para público de 8 a 14 anos.
| Dia 16, 14h

CONTOS DA CAROCHINHA
Com Clara Haddad (contadora que divide seu tempo entre Brasil e Portugal, onde fundou e dirigiu a primeira escola de narração do país europeu).
Atividade de contação de histórias para crianças.
| Dia 17, 10h

A PRINCESA DA CHUVA
Com Letícia Liesenfeld.
Atividade de contação de histórias para público de 4 a 12 anos.
| Dia 17, 10h

CONTAR HISTÓRIAS - COLECIONAR AFETOS: O ENCONTRO ATRAVÉS DA NARRATIVA

Com Clara Haddad.
Palestra dirigida a professores, contadores de histórias e interessados.
| Dia 17, 14h

CÍRCULO DE GIZ, RODA DE GENTE, MUNDO DE HISTÓRIAS...
Cia. Fulô.
Atividade de contação de histórias para público de todas as idades.
| Dia 18, 10h

A VIAGEM DE ULISSES
Grupo Ruído Rosa.
Atividade de contação de histórias para público de 6 a 14 anos.
| Dia 18, 14h

CONTOS ENCONTADOS
Nosso Grupo de Teatro.
Espetáculo para público de 2 a 10 anos.
| Dia 19, 10h

HISTÓRIAS DO QUE É E DO QUE PODE SER
Cia. Patética.
Espetáculo para público de todas as idades.
| Dia 19, 20h

CONTOS DE FADAS E OS IRMÃOS GRIMM
Com Nelly Novaes Coelho (ensaísta e crítica literária homenageada) e Kátia Canton (escritora). Mediação: Giba Pedroza (contador de histórias).
Bate-papo.
| Dia 20, 14h

BATE-PAPO E LANÇAMENTO DE LIVRO

Com Lenice Gomes e Fabiano Moraes (organizadores do livro “Arte de Encantar: o Contador de Histórias Contemporâneo e Seus Olhares”, pela Cortez Editora). Mediação: Alice Bandini.
| Dia 20, 16h

ENCERRAMENTO
Com ex-alunos do curso básico de formação para contadores de histórias.
| Dia 20, 17h

Biblioteca Temática em Música Cassiano Ricardo

CONTAR HISTÓRIAS COM OBJETOS

Coord.: Kelly Orasi.
Oficina ministrada pela contadora de histórias.
| Dia 18, 14h

OS RECURSOS DA VOZ NO CONTAR DE HISTÓRIAS
Coord.: Viviane Barrichello.
Oficina ministrada pela fonoaudióloga.
| Inscrições na biblioteca. Dia 19, das 10h às 16h

Biblioteca Temática em Cultura Popular Belmonte
Biblioteca Pública Belmonte. Rua Paulo Eiró, 525, Santo Amaro, Zona Sul | tel. 5687-0408 e 5691-0433.

MANOS QUE CUENTAM - LIVROS PARA LER E TOCAR
Parceria: grupo Tapetes Contadores de Histórias.
Exposição de sete livros de pano bordados, feitos por artesãs peruanas, que traduzem nas páginas de tecido histórias da tradição oral de seu país. De bolsos costurados nos livros, saem bonecos que animam os contos.
| Abertura: dia 15, 14h. De 16 a 31. 2ª a 6ª, das 10h às 19h. Sáb., das 9h às 16h

MANOS QUE CUENTAM - LIVROS PARA LER E TOCAR
Com Cadu Cinelli e Rosana Reátegui (integrantes do grupo Tapetes Contadores de Histórias).
Conversa dirigida a professores, contadores de histórias e interessados.
| Dia 15, 14h

QUE HISTÓRIA É ESSA

Com Elaine Gomes.
Atividade de contação de histórias para crianças.
| Dia 17, 10h

NARRAÇÃO DE HISTÓRIAS
Com João Acaiabe (o Tio Barnabé do Sítio do Picapau Amarelo).
Atividade para crianças.
| Dia 17, 14h30

DA PALAVRA AO FIO - RELAÇÕES ENTRE TESSITURAS E ORALIDADE

Com Cadu Cinelli e Rosana Reátegui (Os Tapetes Contadores de Histórias).
Conversa dirigida a professores, contadores de histórias e interessados.
| Dia 18, 19h

Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato
Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato. Rua General Jardim, 485, Vila Buarque, Centro | tel. 3256-4122.

CANÇÕES DO FAZ DE CONTA

Show de lançamento do CD homônimo.
| Dia 18, 19h30

CONTOS BORDADOS ENTRE MARES E MONTANHA

Com Cadu Cinelli e Rosana Reátegui (grupo Os Tapetes Contadores de Histórias).
Histórias da tradição oral peruana e brasileira e apresentação de bordados feitos na técnica da arpillera.
| Dia 19, 10h

PROGRAMAÇÃO DE CONTADORES DE HISTÓRIAS

Ana Luísa Lacombe
(Vovó Nita conta Grimm)
15 de outubro (seg), 10h30 – BP Hans Christian Andersen. Av. Celso Garcia, 4.142, Tatuapé, Zona Leste. Tel. 2295-3447.

Ana Luísa Lacombe
(Viajando com as Histórias)
17 de outubro (qua), 14h30 – BP Alceu Amoroso Lima. Av. Henrique Schaumann, 777, Pinheiros, Zona Oeste | tel. 3082-5023 e 3063-3064.
18 de outubro (qui), 10h – BP Sylvia Orthof. Av. Tucuruvi, 808, Tucuruvi, Zona Norte | tel. 2981-6263 e 2981-6264.
19 de outubro (sex), 14h30 – BP Érico Veríssimo. Rua Diógenes Dourado, 101, Cohab Parada de Taipas, Zona Norte |
tel. 3972-0450.

Andrea Cavinato (Contos do Brasil)
16 de outubro (ter), 10h – BP Afonso Schmidt. Av. Elísio Teixeira Leite, 1.470, Cruz das Almas, Zona Norte | tel. 3975-2305.
17 de outubro (qua), 10h – BP Vicente Paulo Guimarães. Rua Jaguar, 225, Vila Curuçá, Zona Leste | tel. 2035-5322.
17 de outubro (qua), 14h30 – BP Rubens Borba Alves de Morais. Rua Sampei Sato, 440, Ermelino Matarazzo, Zona Leste | tel. 2943-5255.
18 de outubro (qui), 10h – BP Brito Broca (intérprete de Libras: Thalita Passos). Av. Mutinga, 1.425, Pirituba, Zona Norte | tel. 3904-1444 e 3904-2476.
18 de outubro (qui), 14h30 – BP Paulo Duarte. Rua Arsênio Tavollieri, 45, Jabaquara, Zona Sul |
tel. 5011-8819 e 5011-7445.

Antonia Andrea de Sousa (Contar é preciso, brincar é fundamental)
16 de outubro (ter), 10h – BP Jamil Almansur Haddad. Rua Andes, 491-A, Guaianases, Zona Leste
| tel. 2557-0067.
17 de outubro (qua), 10h – BP Affonso Taunay (intérprete de Libras: Elaine Sampaio). Rua Taquari, 549, Parque da Mooca, Mooca, Zona Leste | tel. 2292-5126.
17 de outubro (qua), 14h30 – BP Camila Cerqueira César. Rua Waldemar Sanches, 41, Butantã, Zona Oeste | tel. 3731-5210.
18 de outubro (qui), 10h – BP José Mauro de Vasconcelos. Praça Comandante Eduardo de Oliveira, s/nº, Parque Edu Chaves, Zona Norte | tel. 2242-8196.
20 de outubro (sab), 11h – Ponto de Leitura 'Butantã'. Rua Junta Mizumoto, 13, Butantã, Zona Oeste | tel. 3742-6218 e 3744-4369.

Cia. Conto em Cantos (Peraltagens de Pedro)
17 de outubro (ter), 10h – BP Aureliano Leite. Rua Otto Schubart, 196, Parque São Lucas, Zona Leste | tel. 2211-7716.
18 de outubro (qui), 10h – BP Raimundo de Menezes. Av. Nordestino, 780, São Miguel Paulista, Zona Leste | tel. 2297-4053.

Cia. das Cores (As artes de Pedro Malasartes)
15 de outubro (seg), 14h – BP Clarice Lispector. Rua Jaricunas, 458, Bairro Siciliano, Zona Oeste | tel. 3672-1423.
20 de outubro (sab), 15h – BP Helena Silveira. Rua João Batista Reimão, 146, Campo Limpo, Zona Sul | tel. 5841-1259.

Cia. do Bafafá (Balagulinho)
17 de outubro (ter), 10h – BP Vicente de Carvalho. Rua Guilherme Valência, 210, Itaquera (Cohab José Bonifácio), Zona Leste | tel. 2521-0553 e 2527-0111.
18 de outubro (qui), 10h – BP Thales Castanho de Andrade. Rua Doutor Artur Fajardo, 447, Freguesia do Ó, Zona Norte | tel. 3975-7439.
18 de outubro (qui), 14h30 – BP Brito Broca (intérprete de Libras: Thalita Passos). Av. Mutinga, 1.425, Pirituba, Zona Norte | tel. 3904-1444 e 3904-2476.
19 de outubro (sex), 14h30 – BP Paulo Setúbal. Av. Renata, 163, Vila Formosa, Zona Leste | tel. 2211-1508 e 2211-1507.

Cia da Fulo (Círculo de Giz, Roda de Gente, Mundo de Histórias)
16 de outubro (ter), 10h – BP Milton Santos. Av. Aricanduva, 5.777, Jardim Aricanduva, Zona Leste | tel. 2726-4882.
17 de outubro (ter), 10h30 – BP Rubens Borba. Rua Sampei Sato, 440, Ermelino Matarazzo, Zona Leste | tel. 2943-5255.
18 de outubro (qui), 10h – BP Hans Christian Andersen. Av. Celso Garcia, 4.142, Tatuapé, Zona Leste | tel. 2295-3447.
18 de outubro (qui), 14h30 – BP Viriatô Corrêa. Rua Sena Madureira, 298, Vila Mariana, Zona Sul | tel. 5573-4017 e 5574-0389.

Cia Patética (Histórias do que é e do que poder ser)
19 de outubro (sex), 20h – BP Hans Christian Andersen (Abertura Acampadentro). Av. Celso Garcia, 4.142, Tatuapé, Zona Leste | tel. 2295-3447.
20 de outubro (sab), 11h – BP Álvaro Guerra. Rua Pedroso de Moraes, 1.919, Pinheiros, Zona Oeste | tel. 3031-7784.

Cia Farnel de Artes (Adil e os Leões)
16 de outubro (ter), 14h30 – BP Narbal Fontes. Av. Conselheiro Moreira de Barros, 170, Santana, Zona Norte | tel. 2973-4461 e 2975-0511.
17 de outubro (qua), 14h30 – BP Padre José Anchieta. Rua Antônio Maia, 651, Perus, Zona Norte | tel. 3917-0751.
19 de outubro (sex), 10h – BP Paulo Setúbal. Av. Renata, 163, Vila Formosa, Zona Leste | tel. 2211-1508 e 2211-1507.
20 de outubro (sab), 11h – BP Lenyra Fraccaroli. Praça Haroldo Daltro, 451, Vila Manchester, Zona Leste | tel. 2295-2295.

Cia Mapinguary (Além das montanhas)   
15 de outubro (seg), 10h – BP Clarice Lispector. Rua Jaricunas, 458, Bairro Siciliano, Zona Oeste | tel. 3672-1423.
16 de outubro (ter), 10h – BP Arnaldo Magalhães de Giácomo. Rua Restinga, 136, Tatuapé, Zona Leste | tel. 2295-0785.
17 de outubro (qua), 09h – BP Gilberto Freyre. Rua José Joaquim, 290, Sapopemba, Zona Leste | tel. 2143-1811.
20 de outubro (sab), 11h – BP Cora Coralina. Rua Otelo Augusto Ribeiro, 113, Guaianases, Zona Leste | tel. 2557-8004.

Cia Olho D'Agua (Causos de compadres)
17 de outubro (qua), 14h – BP Sérgio Buarque de Holanda. Rua Augusto Carlos Baumman, 564, Itaquera, Zona Leste | tel. 2205-7406.

Cia Ruído Rosa (A viagem de Ulisses)
16 de outubro (ter), 14h30 – BP Arnaldo Magalhães de Giácomo. Rua Restinga, 136, Tatuapé, Zona Leste | tel. 2295-0785.
17 de outubro (qua), 10h – BP Padre José Anchieta. Rua Antônio Maia, 651, Perus, Zona Norte | tel. 3917-0751.
18 de outubro (qui), 14h – BP Hans Christian Andersen. Av. Celso Garcia, 4.142, Tatuapé, Zona Leste | tel. 2295-3447.

Cia. Teatro do Guri (Roda de Histórias)
17 de outubro (qua), 10h – BP Sérgio Buarque de Holanda. Rua Augusto Carlos Baumman, 564, Itaquera, Zona Leste | tel. 2205-7406.
18 de outubro (qui), 10h – BP Menotti Del Picchia. Bairro do Limão, Zona Norte | tel. 3966-4814 e 3956-5070.
18 de outubro (qui), 14h30 – BP Thales Castanho de Andrade. Rua Doutor Artur Fajardo, 447, Freguesia do Ó, Zona Norte | tel. 3975-7439.

Clara Haddad (Contos da Carochinha)   
16 de outubro (ter), 10h – BP Adelpha Figueiredo. Praça Ilo Ottani, 146, Canindé, Zona Leste | tel. 2694-0013 e 2292-3439.
17 de outubro (qua), 10h – BP Hans Christian Andersen. Av. Celso Garcia, 4.142, Tatuapé, Zona Leste | tel. 2295-3447.
18 de outubro (qui), 15h – BP José Mauro de Vasconcelos. Praça Comandante Eduardo de Oliveira, s/nº, Parque Edu Chaves, Zona Norte | tel. 2242-8196.

Debora Kikuti (Mulheres sábias)   
16 de outubro (ter), 10h – BP Álvaro Guerra. Rua Pedroso de Moraes, 1.919, Pinheiros, Zona Oeste | tel. 3031-7784.
19 de outubro (sex), 10h – BP Marcos Rey. Av. Anacê, 92, Jardim Umarizal, Zona Sul | tel. 5845-2572.
21 de outubro (dom), 11h – Ponto de Leitura 'Parque do Piqueri'. Rua Tuiuti, 515, Tatuapé.

Edmilson Ávila (Raiz de Cascudo – Contos Populares Brasileiros)
16 de outubro (ter), 14h – Ponto de Leitura 'Vila Mara'. Rua Conceição de Almeida, 170, São Miguel Paulista | tel. 2586-2526 | Telecentro tel. 2585-2466.
17 de outubro (qua), 14h30 – BP Malba Tahan. Rua Brás Pires Meira, 100, Interlagos, Zona Sul | tel. 5523-4556.
18 de outubro (qui), 14h – Ponto de Leitura 'Parque do Rodeio'. Rua Igarapé da Bela Aurora, s/nº, Cidade Tiradentes | tel. 2555-4276

Elaine Gomes (Que história é essa?)
16 de outubro (ter), 14h – BP Jamil Almansur Haddad. Rua Andes, 491-A, Guaianases, Zona Leste | tel. 2557-0067.
17 de outubro (qua), 10h – BP Belmonte. Rua Paulo Eiró, 525, Santo Amaro, Zona Sul | tel. 5687-0408 e 5691-0433.
18 de outubro (qui), 15h30 – Ponto de Leitura 'Severino do Ramo'. Rua Barão de Alagoas, 340, Itaim Paulista | tel. 2936-2742.
19 de outubro (sex), 10h – BP Vinícius de Moraes. Av. Jardim Tamoio, 1.119, Itaquera (Cohab José Bonifácio), Zona Leste| tel. 2521- 6914.

Gigi Anhelli  (Maravilhas de Grimm)
15 de outubro (seg), 14h30 – BP Castro Alves. Rua Abrahão Mussa, s/nº, Jardim Patente, Zona Sul | tel. 2946-4562.
16 de outubro (ter), 14h30 – BP Anne Frank. Rua Cojuba, 45, Itaim Bibi,
Zona Oeste | tel. 3078-6352.
17 de outubro (qua), 14h – BP Gilberto Freyre. Rua José Joaquim, 290, Sapopemba, Zona Leste | tel. 2143-1811.
18 de outubro (qui), 14h30 – BP Ricardo Ramos. Praça Centenário de Vila Prudente, 25, Vila Prudente, Zona Leste |
tel. 2273-4860.

Grupo Gira Saia (Contos de Assombração)
18 de outubro (qui), 14h30 – Ponto de Leitura 'Graciliano Ramos'. Calçadão Cultural do Grajaú. Rua Prof. Oscar Barreto Filho, 252, Parque América, Grajaú | tel. 3496-9638.
20 de outubro (sab), 14h – BP Camila Cerqueira Cesar. Rua Waldemar Sanches, 41, Butantã, Zona Oeste | tel. 3731-5210.

Grupo Palavrica – Princesas nada convencionais
17 de outubro (qua), 10h – BP Camila Cerqueira Cesar. Rua Waldemar Sanches, 41, Butantã, Zona Oeste | tel. 3731-5210.
17 de outubro (qua), 14h30 – BP Aureliano Leite. Rua Otto Schubart, 196, Parque São Lucas, Zona Leste | tel. 2211-7716.
18 de outubro (qui), 10h – Ponto de Leitura 'Jardim Lapenna'. Rua Serra da Juruoca, s/nº (Galpão de Cultura e Cidadania), Jardim Lapenna | tel. 2297-3532.

Grupo Semeando e Espalhando Histórias (Contando e encantando histórias)
17 de outubro (qua), 10h – BP Raimundo de Menezes. Av. Nordestino, 780, São Miguel Paulista, Zona Leste | tel. 2297-4053.

João Acaiabe (A mágica da história para todas as idades)
16 de outubro (ter), 10h – BP Narbal Fontes. Av. Conselheiro Moreira de Barros, 170, Santana, Zona Norte | tel. 2973-4461 e 2975-0511.
16 de outubro (ter), 14h30 – BP Álvares de Azevedo. Praça Joaquim José da Nova, s/nº, Vila Maria, Zona Norte | tel. 2954-2813.
17 de outubro (qua), 10h – BP Malba Tahan. Rua Brás Pires Meira, 100, Interlagos, Zona Sul | tel. 5523-4556.
17 de outubro (qua), 14h30 – BP Belmonte. Rua Paulo Eiró, 525, Santo Amaro, Zona Sul | tel. 5687-0408 e 5691-0433.

Leticia Liesenfeld (A princesa e a chuva)
16 de outubro (ter), 14h30 – BP Milton Santos. Av. Aricanduva, 5.777, Jardim Aricanduva, Zona Leste | tel. 2726-4882.
17 de outubro (qua), 10h – BP Hans Christian Andersen. Av. Celso Garcia, 4.142, Tatuapé, Zona Leste | tel. 2295-3447.
17 de outubro (qua), 14h30 – BP Affonso Taunay (intérprete de libras – Elaine Sampaio). Rua Taquari, 549, Parque da Mooca, Mooca, Zona Leste | tel. 2292-5126.

 Lídia Engelberg (Memórias do Interior)
17 de outubro (qua), 14h – BP Vicente Paulo Guimarães. Rua Jaguar, 225, Vila Curuçá, Zona Leste | tel. 2035-5322.
18 de outubro (qui), 10h – BP Ricardo Ramos. Praça Centenário de Vila Prudente, 25, Vila Prudente, Zona Leste | tel. 2273-4860.
19 de outubro (sex), 10h – BP Érico Veríssimo. Rua Diógenes Dourado, 101, Cohab Parada de Taipas, Zona Norte | tel. 3972-0450.
20 de outubro (sab), 10h – BP Helena Silveira. Rua João Batista Reimão, 146, Campo Limpo, Zona Sul | tel. 5841-1259.


Lilian Marchetti (Contos africanos)
16 de outubro (ter), 10h – BP Raul Bopp (intérprete de Libras: Thalita Passos). Rua Muniz de Sousa, 1.155, Aclimação, Zona Sul | tel. 3208-1895.
16 de outubro (ter), 14h – BP Hans Christian Andersen. Av. Celso Garcia, 4.142, Tatuapé, Zona Leste | tel. 2295-3447.
17 de outubro (qua), 14h – Ponto de Leitura 'Praça do Bambuzal'. Rua da Colônia Nova, s/nº, Praça Nativo Rosa de Oliveira (conhecida como Praça do Bambuzal) Jardim Ângela | tel. 5833-3567.
18 de outubro (qui), 10h – BP Amadeu Amaral. Rua José Clóvis Castro, s/nº, Jardim da Saúde, Zona Sul | tel. 5061-3320.
19 de outubro (sex), 14h30 – BP Vinicius de Moraes. Av. Jardim Tamoio, 1.119, Itaquera (Cohab José Bonifácio), Zona Leste
| tel. 2521- 6914.

Marina Bastos (Pérolas da Índia)
16 de outubro (ter), 14h30 – BP Raul Bopp (intérprete de Libras: Thalita Passos)
17 de outubro (qua), 10h – BP Alceu Amoroso Lima. Av. Henrique Schaumann, 777, Pinheiros, Zona Oeste | tel. 3082-5023 e 3063-3064.
18 de outubro (qui), 14h30 – BP Raimundo de Menezes. Av. Nordestino, 780, São Miguel Paulista, Zona Leste | tel. 2297-4053.
19 de outubro (sex), 14h30 – BP Jovina Rocha A. Pessoa. Av. Padre Francisco de Toledo, 331, Cohab Manoel da Nóbrega, Itaquera, Zona Leste |
tel. 2741-7371 e 2741-0371.

Nosso Grupo de Teatro (Contos Encontados)
16 de outubro (ter), 14h30 – Ponto de Leitura 'São Mateus'. Rua Fortaleza de Itapema, 268, Jardim Vera Cruz, São Mateus | tel. 2019-1718.
17 de outubro (qua), 14h30 – BP Vicente de Carvalho. Rua Guilherme Valência, 210, Itaquera (Cohab José Bonifácio), Zona Leste | tel. 2521-0553 e 2527-0111.
19 de outubro (sex), 10h – BP Hans Christian Andersen. Av. Celso Garcia, 4.142, Tatuapé, Zona Leste | tel. 2295-3447.
19 de outubro (sex), 14h30 – BP Marcos Rey. Av. Anacê, 92, Jardim Umarizal, Zona Sul | tel. 5845-2572.

Prosa de Janela (Belazarte me contou)
16 de outubro (ter), 10h – BP Hans Christian Andersen. Av. Celso Garcia, 4.142, Tatuapé, Zona Leste | tel. 2295-3447.

17 de outubro (qua), 14h30 – BP Nuto Sant'Anna. Praça Tenório Aguiar, 32, Santana, Zona Norte | tel. 2973-0072.
18 de outubro (qui), 14h30 – BP Sylvia Orthof . Av. Tucuruvi, 808, Tucuruvi, Zona Norte | tel. 2981-6263 e 2981-6264.
19 de outubro (sex), 14h30 – BP Mário Schenberg (intérprete de libras – Elaine Sampaio). Rua Catão, 611, Lapa, Zona Oeste | tel. 3672-0456.

Os Tapetes Contadores de Histórias (Contos bordados entre mares e montanhas: historias da tradição oral peruana e brasileira, bordados na técnica da arpillera)
19 de outubro (sex), 10h e 14h – Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato. Rua General Jardim, 485, Vila Buarque, Centro | tel. 3256-4122.

Tininha Calazans (Grimmistórias)
15 de outubro (seg), 10h – BP Castro Alves. Rua Abrahão Mussa, s/nº, Jardim Patente, Zona Sul | tel. 2946-4562.
16 de outubro (ter), 10h – BP Álvares Azevedo. Praça Joaquim José da Nova, s/nº, Vila Maria, Zona Norte | tel. 2954-2813.
16 de outubro (ter), 14h30 – BP Adelpha Figueiredo. Praça Ilo Ottani, 146, Canindé, Zona Leste | tel. 2694-0013 e 2292-3439.
18 de outubro (qui), 14h30 – BP Amadeu Amaral. Rua José Clóvis Castro, s/nº, Jardim da Saúde, Zona Sul | tel. 5061-3320.

Vanessa Meriqui (Histórias de todos nós)
16 de outubro (ter), 10h – BP Anne Frank. Rua Cojuba, 45, Itaim Bibi,
Zona Oeste | tel. 3078-6352.
16 de outubro (ter), 14h30 – BP Afonso Schmidt. Av. Elísio Teixeira Leite, 1.470, Cruz das Almas, Zona Norte | tel. 3975-2305.
17 de outubro (qua), 10h – BP Nuto Sant'Anna. Praça Tenório Aguiar, 32, Santana, Zona Norte | tel. 2973-0072.
18 de outubro (qui), 10h – BP Paulo Duarte. Rua Arsênio Tavollieri, 45, Jabaquara, Zona Sul | tel. 5011-8819 e 5011-7445.
19 de outubro (sex), 10h30 – BP Jovina Rocha Álvares Pessoa. Av. Padre Francisco de Toledo, 331, Cohab Manoel da Nóbrega, Itaquera, Zona Leste | tel. 2741-7371 e 2741-0371.

Intérpretes de Libras

Elaine Sampaio de Oliveira Barri
Thalita Laís de Lima Passos
 

sábado, 13 de outubro de 2012

O melhor contador de histórias

A apaixonante arte de contar histórias requer muito estudo, dedicação, bom senso, carinho, criatividade e respeito para entender a sabedoria e a força da ancestralidade que as histórias nos oferecem. O conto de hoje, publicado no livro O Ofício do Contador de Histórias, de Gyslaine Mattos e Inno Sorsy, nos fala de um rei que não percebeu nada disso...

O Melhor Contador de Histórias

ERA UMA VEZ.... um rei. Não era um rei feliz. Ele notou que seus súditos não prestavam atenção a menor atenção em seus decretos e mandatos. Percebeu também que eles se aglomeravam e se sentavam aos pés dos contadores de histórias na praça do mercado, nas casas de chá ou nas pousadas.

O rei decidiu aprender o segredo dos contadores de histórias. Convidou-os ao palácio com essa finalidade. Alguns disseram que era a sua linguagem, outros que era a experiência, outros, ainda, que era a imaginação.

Cansado de ouvir tantas opiniões, o rei despediu-se deles pedindo que se dedicassem a escrever artigos sobre as qualidades de um bom contador de histórias. Os contadores voltaram após cinco anos com milhares de papéis escritos. Mas, de novo, o rei ordenou que voltassem com uma informação condensada de tudo aquilo. Cinco anos se passaram quando voltaram trazendo um livro bastante pesado. O rei não tinha tempo para ler, pois estava muito ocupado com as questões políticas do reino. Pediu-lhes, então, que fizessem um resumo de uma página com o essencial daquelas informações.

Os contadores passaram mais cinco anos trabalhando na essência do assunto. Finalmente, apareceram com uma folha de papel e entregaram-na ao rei.

O rei pensava que, de posse desse conhecimento, poderia tornar-se o único contador do reino. Aqueles eram seus rivais, obviamente. Mesmo tendo trazido seu precioso conhecimento sobre como se tornar o melhor contador, ainda assim eles seriam competidores, e o rei queria ser o melhor deles. Inevitavelmente, se o rei se livrasse de todos eles, não haveria como não se tornar o único e o melhor contador do reino.

Assim, o rei anunciou que iria agradecer pessoalmente a um por um o trabalho. Afinal, anos de dedicação haviam tornado possível aquele projeto.

Assim foi feito: ele recebia cada um, oferecia-lhe um prêmio e apontava a porta de saída. Do outro lado, porém, encontrava-se o carrasco esperando para executar o pobre infeliz, mandando-o para o outro mundo.

Depois que o rei finalmente ficou sozinho, com suas mãos tremulas, abriu o papel preparado para ele. Lá estava escrita somente uma frase:

“O melhor contador de histórias é aquele cujas histórias são lembradas muitos e muitos anos depois que seu próprio nome tenha sido esquecido.”

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Borboletas

A linda Rosane Castro postou esse poema no face. Tão encantador quanto libertador.  

No dia em que a menina viu pela primeira vez o céu, quis voar.
Na noite em que ela viu as estrelas, quis brilhar.
No momento em que viu o mar, quis nadar.
No instante em que viu uma flor, quis pousar. 
Quis pousar borboleta, encantar com cores o jardim cinzento. 

Quis mergulhar no espaço e no tempo.
A menina quis arriscar.
Não teve medo de mergulhar na aventura de ser quem era. 


Ora pássaro. Ora flor. Ora espinho. Ora amor.
A menina se libertou da venda que lhe cobria os olhos.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Colcha de Retalhos na 6a.feira

Alinhavar histórias e uma colcha de retalhos. Coisa mais maravilhosa, que faremos, João Luiz e eu, na Biblioteca Belmonte na próxima 6a.feira, dia 5, a partir das 14h. 

 




COLCHA DE RETALHOS – Os contadores de histórias Vanessa Meriqui e João Luis do Couto - Vivem um  casal que divide uma manhã entre conversas e confidências. Ele voltou a estudar e está animado com os ensinamentos de um professor de filosofia. Ela o ouve, interessada, enquanto trabalha em sua máquina de costura. Enquanto ele narra lendas e causos dos mais diversos cantos do Brasil, ela, com delicada sabedoria, costura uma colcha de retalhos e alinhava as histórias que ele conta. 

sábado, 29 de setembro de 2012

Coleção Itaú - Leia para uma criança


Pessoal, a boa notícia: novamente o Itaú traz a campanha Leia para uma criança. Basta fazer a inscrição para receber os livros em casa. Mas tem que ser rápido, pois a boa notícia já está na rede. Veja os livros deste ano e vá para o link solicitar os seus. http://www.itau.com.br/itaucrianca/


 

O ratinho, o morango vermelho maduro e o grande urso esfomeado.

Leia e leve uma criança a participar da divertida história de um pequeno ratinho, seu precioso morango e um grande urso esfomeado.


Lino

Passeie pela loja de brinquedos onde Lino mora com a sua melhor amiga, Lua. Nessa história de amizade cheia de mistérios, adultos e crianças podem se divertir e torcer para Lino encontrar sua amiga.


Poesia Na Varanda

Mergulhe na poesia e descubra os versos na canção, na lua cheia, na tristeza, nos grossos pingos de chuva ou na mão estendida de um amigo.




quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Muitas vidas dentro de mim

As palavras de Cora Coralina me encantam, me cativam, me desvendam, me revelam. Para mim, esse é um dos mais sensíveis poemas dessa maravilhosa mulher.

Vive dentro de mim
uma cabocla velha
de mau olhado
acocorada ao pé do borralho
olhando para o fogo
Benze mau olhado
Bota feitiço...
Ogum, orixá
Macumba, terreiro
Ogâ, pai de santo.

Vive dentro de mim
a lavadeira do Rio Vermelho
Seu cheiro gostoso
D´água e sabão
Rodilha de pano
trouxa de roupa
pedra de anil
Sua coroa verde de São Caetano.

Vive dentro de mim
a mulher cozinheira
pimenta e cebola
quitute bem feito
panela de barro
taipa de lenha
cozinha antiga
toda pretinha
Bem cacheada de picumã
Pedra pontuda,
cumbuca de coco
pisando alho e sal.

Vive dentro de mim
a mulher do povo
bem proletária
bem linguaruda
desabusada, sem preconceito,
de casca grossa
de chinelinha
e filharada.

Vive dentro de mim
a mulher roceira
Enxerto de terra,
meio casmurra
Trabalhadeira
Madrugadeira
Analfabeta
De pé no chão
Bem parideira
Bem criadeira
Seus doze filhos
Seus vinte netos.

Vive dentro de mim
a mulher da vida
Minha irmãzinha,
tão desprezada,
tão murmurada ...
Fingindo alegre seu triste fado.

Todas as vidas dentro de mim
Na minha vida -
a vida mera das obscuras.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Desatando nós

Eles nos incapacitam, muitas vezes sem percebermos. Às vezes, de forma absurdamente dolorosa. E aí, tudo se complica. Desatar nós é preciso, seja como for. E nada melhor do que uma boa história para refletir sobre isso. Aqui vai um maravilhoso conto de Eva Furnari.

Nós
No tempo em que as pessoas nasciam em repolhos e as bicicletas voavam, havia uma cidade chamada Pamonhas. Nesta cidade, havia uma casa amarela, onde morava uma menina chamada Mel. Era uma garota solitária e muito diferente: é que à sua volta viviam muitas borboletas, que a acompanhavam onde ela ia. Justamente por conta disso, as pessoas da cidade tratavam Mel muito mal. Diziam que ela tinha nascido de um repolho repolhudo, de um repolho borboletado, de um repolho mofado. Mel sentia-se muito triste toda vez que falavam isso e corria para casa, a chorar. Isso acontecia todos os dias, era Mel sair na rua, com borboletas em sua volta, que lá vinha "repolhuda, borboletuda...". Mel não aguentava, dizia que não ia chorar, mas sentia-se tão mal, que corria chorando, escondendo-se em casa. 
Um belo dia, Mel resolveu mudar de tática e, ao invés de sair correndo, chorando, ficou firme. E voltou para casa como se não estivesse abalada com as risadas às suas costas. Não chorou, mas sentiu seu dedinho do pé repuxar, repuxar muito. Ao chegar em casa, tirou os sapatos e descobriu que seu dedinho tinha dado um.. NÒ. Sim, um nó, e não houve jeito, creme ou massagem que desfizesse aquele nó. O que aconteceu nos dias seguintes foi bem pior: cada vez que saía e, como sempre, ouvia "repolhuda, borboletuda...", corria para casa sem chorar. Mas ao chegar verificava que mais um nó estava feito em seu corpo. Com isso, ela já estava com seis nós, dois nos dedos dos pés, um no dedo da mão, um em cada perna e um no pescoço. Esse era o pior de todos, pois parecia um nó na garganta, destes que nem deixa a gente respirar.
O tempo foi passando e a gozação continuando. Até que um dia, quando chegou em casa, Mel se assustou com um nó na ponta do nariz! Ah não, aquilo já era demais. A cabeça zuniu, o estômago embrulhou, não dava mais para aguentar. E Mel decidir deixar a cidade de Pamonhas.  "Adeus, Pamonhas", disse ela, baixinho. E, disfarçada de geladeira, fugiu discretamente. 
Quando o Sol estava alto e Mel longe de casa, ela decidiu largar a geladeira em um ferro velho e continuar seu caminho. Chegou à noitinha ao topo de uma montanha. Tudo era tão lindo e em paz, que Mel sentiu-se feliz. O tempo passou. E Mel, na montanha, sozinha com suas borboletas e nós. Até que um dia uma vaca apareceu no topo da montanha. Mel tentou puxar assunto, mas a vaca não respondeu. Mel então pensou em lhe fazer um carinho. E deu um nozinho em seu rabo. A vaca ficou muito brava e avançou em Mel, que saiu correndo em disparada. Mel correndo e a vaca atrás, Mel correndo e a vaca atrás. Até que, para se livrar, Mel pulou no rio, nadou, nadou e nadou. Ao chegar à outra margem, viu que a vaca não conseguiu atravessar o rio. "ufa, disse ela, que bom que a vaca não sabe nadar". 
- "Que vaca?", alguém perguntou. Mel levou um baita susto, olhou e viu um menino ao seu lado. A cabeça zuniu, o estômago embrulhou e Mel imaginou que ia começar tudo de novo "Repolhuda, borboletuda". Mel quis fugir e não teve dúvidas, pegou a bicicleta do menino e saiu voando. Mas um cisco entrou em seu olhou e ela caiu, bem em cima dele. Envergonhada, ficou no chão, com a cabeça baixa, tentado pedir desculpas. E o garoto, foi muito gentil "você se machucou? Está molhada, precisa secar". Mel ficou quieta. "Puxa, como você é bonita! E que lindas borboletas te acompanham, nunca vi nada tão bonito". Mel foi sentindo uma coisa esquisita na garganta, aquele nó do pescoço repuxando, uma coisa que foi crescendo, crescendo, até que um choro começou de mansinho, de mansinho, depois explodiu, num choro sentido, num choro convulsivo, um choro engasgado daquele de nó na garganta. Pudera, o menino tinha falado com ela como ninguém havia falado... Depois de tanto chorar, Mel tentou olhar para o menino, pedir desculpas, limpou o rosto, desceu a mão pro pescoço e... o nó tinha sumido!  Ele sorriu. Mel compreendeu naquele momento que podia desatar seus nós. 
E foi assim, desse jeito, que aliviou seu coração. Chorou mais um pouco, desta vez de emoção, não tristeza. Deixou que as lágrimas levassem o cisco embora. Abriu os olhos, o dia parecia mais claro. 
"Eu me chamo Kiko, e você?" Mel não respondeu. Estava ocupada reparando em um pequeno detalhe: o menino também tinha um nó, um nozinho no dedo fura-bolo! O garoto percebeu e disse baixinho "eu sei um jeito de tirar nó de nariz..." E a chamou para conhecer a sua cidade. 
E chegaram na cidade de Merengue, que ficava do lado oposto da cidade de Pamonhas. Lá, Mel viu com surpresa, que tinha gente de todo tipo. E todos os tipos de nós também. Parecia gente nascida de todos os tipos de repolhos. E todos se respeitavam! 
Mel decidiu viver ali. E foi feliz. Um dia, Kiko ensinou a Mel a desatar o nó do nariz. E Mel, agradecida, dividiu com ele suas borboletas!

domingo, 2 de setembro de 2012

Lua, Pó de Sono e Poesia no Centro Cultural São Paulo




A lua pinta a rua de prata
E, na mata, a lua parece
um biscoito de nata.
Quem será que esqueceu a lua acesa no céu? Foi você? Foi você?


Esta linda poesia faz parte da história que Alexandra Pericão, Tamara Elis e eu vamos contar no próximo sábado, dia 8, no Centro Cultural São Paulo. É um repertório que inclui história, música, poesia, brincadeiras e muito mais.  Esperamos que todos gostem, porque nós nos divertimos muito na preparação desse trabalho. Será às 14h30, na Biblioteca Infanto-juvenil  do Cento Cultural. Apareça lá !

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Doce sabor da transgressão

Delícia poder deixar de ser a responsável por tudo e sair aprontando. É o que a história abaixo, do livro "Sete Histórias pra Contar", de Adriana Falcão, nos permite fazer.


Historinha ao Contrário

 Esta é uma história de pai e mãe.
Por que todo pai, coitado, tem que ter cara de pai, tem que usar roupa de pai, tem que dizer frases de pai, tem que fazer tudo de pai, mesmo que esteja com vontade de raspar a panela de brigadeiro?
E por que mãe tem que ser mãe o dia inteiro sem parar, para lá e para cá, toc, toc, com aqueles sapatos de mãe, mesmo que esteja a fim de dar uma cambalhota? Ah, não! 
Um dia, um pai e uma mãe resolveram fazer tudo ao contrário. O pai fechou o jornal, a mãe abriu um sorriso e lá se foram os dois, pulando de um pé só, tomar banho de chuva.
Dançaram que nem dois doidos na praça.
Jogaram muitas pedras nas poças.
Cataram 189 conchas na praia, sendo que 52 estavam esburacadas, 27 eram bastante simpáticas, 18 eram bem bonitas e uma era linda de guardar!
Fizeram castelos na areia enquanto argumentavam com as ondas que esse negócio de derrubar castelo dos outros é uma falta de educação bem molhada.
Comeram rosquinhas e estouraram os sacos.
Contaram os carros que passavam: 876, 877, 879 e perderam a conta.
Discordaram do Sol quando ele começou a se esconder do dia. Em seguida, porém, concordaram que azul-escuro pode ser tão bonito quanto azul-celeste, ainda mais quando aparece uma Lua no meio.
Procuraram, em vão, discos voadores e estrelas cadentes. Só viram mesmo uma andorinha, a quem fizeram um pedido, mas era segredo.
Acharam graça de tudo.
Acharam graça de nada.
Perderam a hora.
Voltaram caminhando só pelos desenhos pretos da calçada.
Apostaram corrida até a esquina e ela ganhou (ou talvez ele tenha deixado que ela ganhasse).
Chegaram em casa felizes, suados, sujos e cansados. Para espanto dos três filhos, que estavam esperando na janela e que logo perguntaram: Vocês podem explicar o que aconteceu???
Como eles não sabiam explicar, pediram uma licencinha e foram para a cozinha comer cachorro-quente, com muita mostarda, maionese e ketchup.
Fizeram uma bagunça danada na cozinha e nem limparam ...

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Mágica de Geórgia


Foi assim: amigos queridos, amor de filhas, livros expostos e histórias para contar.Tudo isso no último e absurdamente lotado dia de Bienal do Livro, em São Paulo. Fiquei emocionada, porque estar lá com meus livros foi uma espécie de resumo de tudo o que venho construindo ao longo desses anos e que, em 2012, começa a materializar-se. E, como se fosse pouco, ao final, quase na hora de ir embora, chega Geórgia. Linda, dona de um sorriso encantador, com seus dentinhos da frente quase cobrindo uma recém janelinha. Entrou no estande e, decidida, pegou um livro e mostrou para a mãe. "É esse aqui", disse ela, vitoriosa. Era o livro Mágica na loja de tintas, lançado em março deste ano."Ah, esse", disse a mãe (acho que era a mãe). E olhando para mim, completou "Andei a Bienal inteira, porque ela disse que queria esse livro e não sabia onde tinha visto". Fiquei surpresa e imensamente feliz. A menina sabia que queria aquele livro (o meu livro, ai meu Deus...), procurou por ele e não teve dúvidas quando o encontrou! Caramba, isso não acontece todos os dias... Eu disse para a mãe que eu era a autora. E aí o sorriso da Geórgia tornou-se infinito. Era só o sorriso dela que existia para mim naquele momento. A mãe pediu para eu esperar um pouco, ela traria o livro para eu fazer a dedicatória. Esperei por ela com o coração pulando. Quando Geórgia chegou com o livro, como um troféu conquistado, abaixei-me na altura do seu olhar e agradeci, comovida. E ela, com aquela magia infantil e iluminada, me disse "obrigada também". Ela sentou-se ao meu lado e continuou sorrindo e eu, quase chorando, perguntei se podia lhe dar um abraço e um beijo. Ela então pulou no meu pescoço. Pedi para tirar uma foto e ela posou sorrindo. Alguém pediu para que ela posasse com o livro na mão, ela sorriu mais ainda. E a mãe (ainda estou achando que pode ser a mãe, que me pareceu conhecida de tempos idos) disse "põe na frente, mostra a capa, assim eles podem usar para divulgação".  Geórgia me deu um grande presente ontem. Nem sei explicar a dimensão daquele sorriso e da atitude da menina. Na minha alegria, com um misto de surpresa e orgulho, nem perguntei nada sobre como conhecia o livro, quem era ela, etc e tal. Pareciam detalhes que poderiam estragar aquele mágico momento. Então fiquei sentada do lado dela, memorizando tudo aquilo. E a foto nem é para divulgação não. É para que eu nunca me esqueça de Geórgia. É para eu saber que vale a pena continuar, que o caminho é esse mesmo. É também para que eu possa olhar novamente seus olhinhos e agradecer pelo encantamento que sua presença me causou. Obrigada de coração, Geórgia.