terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Coisas boas acontecendo

Contar histórias no Centro Cultural São Paulo foi como um sonho realizado. Devo confessar: durante muito tempo, fui quase todos os finais de semana lá assitir aos colegas contadores. E me imaginei muitas vezes contando histórias ali. Pois foi uma experiência fantástica. Me diverti, acho que fiz pessoas felizes, revi amigos, foi um espaço de reencontros. Coisas muito boas aconteceram...

Mas uma delas foi bastante especial e eu preciso contar.
Estava em meu repertório de "Contos de Generosidade", um conto mexicano, belíssimo, chamado "O Comprador de Sonhos". O personagem principal dessa história chama-se Agapito. Quando eu disse esse nome, um garoto de cinco anos, o Nícolas, disse "Agapito, que nome esquisito, feio..." Expliquei para ele que era um nome mexicano, que era um nome bonito no país dele, etc e tal, mas não o convenci. Acontece que na história o Agapito gosta de uma moça chama  Panchita (bem, até eu achei que Panchita não seria o melhor nome naquele momento). E aí, quando cheguei na parte da Panchita, pensei rápido "se esse garoto não gostou de Agapito, quando ouvir Panchita, ele vai me destruir rsrs".
 Então propus que ele sugerisse o nome da moça. Nícolas nem precisou de muito tempo e disse, com determinação: "Júlia". Acontece que esse é o nome da minha filha que mora há anos no Exterior e, justamente naquela semana,  chegaria ao Brasil. Eu, que já estava bastante sensível, fiquei muito emocionada. Foi um presente para mim. Agapito apaixonado por Júlia ! Lindo !

No dia seguinte, ainda no Centro Cultural, eu contaria a mesma história. Quando chegou na parte da Panchita, nem me arrisquei. Olhei para uma linda menina, a Rebeca, e perguntei que nome ela daria para a moça por quem Agapito estava apaixonado. E ela, também muito rapidamente, respondeu "Mariana". 
Esse é o nome de minha outra filha !!!!


Bem, há uma máxima entre os contadores de história que afirma que, às vezes, escolhemos a história. E em outros momentos, a história nos escolhe. Pois, para mim,  "O Comprador de Sonhos" será sempre uma história que me escolheu. Ela veio até mim com nome e sobrenome, ou melhor, com nome de meus dois amores: Júlia e Mariana.


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